quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

ABORTO EUGÊNICO E NAZISMO, SEMELHANÇAS

O termo "eugenia" foi criado pelo geneticista inglês Francis Galton (1822-1911). Ele usou esse termo para expressar, por meio de cruzamentos genéticos já anteriormente preparados, o "aprimoramento" da raça humana.


O sociólogo austríaco Ludwig Gumplowicz (1838-1909), no seu livro "A luta das raças", influenciado pelas idéias de Charles Darwin e Francis Galton, apresenta uma teoria sobre a evolução e o aperfeiçoamento da sociedade. Para ele, os povos geneticamente mais aperfeiçoados deveriam dominar e governar os povos. É a teoria da sociedade que evolui por meio da luta das raças em contra-posição à teoria da luta de classes formulada por Karl Marx.

Essa teoria influenciou o nazismo a criar e impor sua política autoritária de seleção das raças superiores e eliminação das inferiores.

Lembremos que nossa sociedade, dita democrática, repudia todo e qualquer autoritarismo. Há todo um discurso de inclusão e participação social e os meios de comunicação não se cansam de lembrar o quão maléfico foi a doutrina nazista que culminou na 2ª guerra mundial. Aparentemente, qualquer manifestação de autoritarismo, por qualquer grupo social, é rechaçada. Inclusive há na mídia e dentro das políticas e ações administradas pelo Estado uma forte repulsão a tudo que simbolizou o nazismo. Os grupos  neonazistas sofrem perseguição da mídia, da polícia e de todo o aparato repressivo da sociedade.


Mas, se a sociedade é realmente democrática e todo autoritarismo, seja nazista, neonazista ou comunista são repudiados, por que, então, se deseja legalizar o aborto? Numa sociedade livre, igualitária e democrática, como se costuma dizer, o feto deveria ter o direito de nascer, ou não? Teríamos que mudar a Constituiçao que nos diz: Todos temos direito à vida" para "Nem todos tem direito à vida". Um feto morto, ou seja, abortado, não possui opinião livre e muito menos participa da sociedade democrática. Que contradiçao! Nunca se falou tanto em democracia, mas na verdade reina o autoritarismo. Autoritarismo do Estado, da Mída, do cinema, da ciência, etc. Do outro lado, aparentemente nega-se a eugenia e o neonazismo, mas tenta-se e, muitas vezes, se consegue impor um padrão de ser humano por meio da mídia, da indústria, da moda, do comércio, do Estado, etc.
  
Este padrão de ser humano é representado pelo clichê do indivíduo magro, geralmente branco e louro, adepto de todas as formas de modismos e futilidades, que são produzidos pela sociedade e, acima de tudo, possuidor de quantia financeira suficiente para se incorporar à sociedade do consumo. A atual sociedade possui um modelo padrão de ser humano e está tentando impor este modelo aos indivíduos. Está tentando construir um ser humano "ideal". Este processo é uma forma de eugenia.

A questão é que a maioria das pessoas não se enquadra neste modelo de sociedade "ideal", neste modelo de ser humano que atualmente é imposto aos indivíduos. Uma simples caminhada por qualquer rua do país ou do mundo vê-se que a maioria das pessoas não possuem esse padrão de beleza, perfeição física e alto padrão de consumo exigidos. O que fazer com essas pessoas? O que fazer com os feios, gordos, pobres e outros grupos humanos que não se enquadram no modelo de ser humano ideal?
Para dar solução a esta resposta, entra em cena a política neonazista. Esta política se dá em duas frentes principais:

A primeira é o sumário esquecimento. Os indivíduos classificados como indesejáveis, ou seja, as pessoas que não se enquadram no modelo de indivíduo ideal são sumariamente esquecidas. Elas não são convidadas para participar de festas, não participam de programas de TVs, não participam de campanhas publicitárias e nem são convidadas para posar nuas nas revistas e demais publicações eróticas, enfim sua vida social se resume ao isolamento familiar e aos poucos amigos que possui.

A segunda é o aborto. Não se pode matar as pessoas que já estão vivas e crescidas. A sociedade, por mais que seja autoritária, ainda possui um forte senso de valorização dos indivíduos adultos. Até porque é justamente os indivíduos adultos que são os vorazes consumidores do universo de futilidades que é posto à disposição das pessoas diariamente.

Sendo assim, resta o recurso ao aborto. O raciocínio é simples: é preciso matar, ainda no ventre da mãe, os indesejáveis, isto é, todas as pessoas que não se enquadram no modelo de indivíduo ideal criado pela sociedade atual. Esta eliminação torna-se eficiente porque é financeiramente barata e bastante lucrativa, não atrapalha a vida dos desejáveis, ou seja, das pessoas que se enquadram no modelo de indivíduo ideal, é tecnicamente rápida e eficiente. Esta forma de matar os indesejáveis se enquadra perfeitamente no modelo de sociedade eugênica desenvolvido por Ludwig Gumplowicz e posto em prática pelo nazismo.

Obviamente, que oficialmente a sociedade continua sendo anti-nazista e anti-totalitária. Até porque se a própria sociedade se assumisse como nazista e autoritária o plano de eliminar, de matar, os indesejáveis poderia fracassar. Eles poderiam contestar, se rebelarem e até destruírem o sonho de uma sociedade formada por indivíduos "ideais". Portanto, o aborto é uma forma de implementação da eugenia e da sociedade de tipo neonazista. Rejeitar o aborto é também rejeitar este modelo de sociedade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário